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Mostrando postagens de maio 17, 2020

PÉ DE FICUS (CRÔNICA)

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Do alto do pé de fícus, via-se a calçada, a praça e a igreja católica. Não havia muito espaço para se acomodar em seu miolo. O que não nos impedia de encostar em seus troncos grandes, robustos, que iam em direção às extremidades, permitindo uma abertura bem conveniente ao centro, de onde partiam galhos para todas as direções. Meu primo mais velho ocupava o lugar mais confortável, acomodado em um grande galho, que ficava logo acima da calçada, estando de costas para a rua. Minha prima mais nova ficava mais segura, entre galhos mais ao centro, quase na frente do irmão. Eu ficava em um galho de passagem, por onde precisávamos passar para nos encaixar naquele espaço pequenino, que para nós, era lugar espaçoso, amplo e arejado – secreto. As posições que tomávamos esclarecem a ordem da escalada (eu sendo a última). Aquela velha árvore centenária, aquela impenetrável árvore centenária, ainda se conserva no mesmo lugar, com alguns galhos a menos, é certo, mas no mesmo exato lugar